O mercado de mais de 30 milhões de brasileiros

por
Téssia Mendes Lucena

Segundo dados concedidos pela Sociedade Vegetariana Brasileira o tamanho da comunidade vegetariana no país cresceu 75% nos últimos 6 anos e representa mais de 14% da população brasileira. Para termos uma noção mais palpável da quantidade de pessoas adeptas à esse modo de vida podemos somar a população da Austrália e Nova Zelândia. 

Aprofundando um pouco mais nos dados é possível observarmos o recorte da informação em relação à classe social. Percebe-se que a maior concentração de vegetarianos está nas classes C, D e E causando certos questionamentos, uma vez que é muito comum ouvirmos que excluir as carnes do cardápio se torna uma opção cara.

O Brasil tem seguido tendências mundiais de busca por uma alimentação mais ética, saudável e sustentável. Esta mesma pesquisa revela inclusive a predisposição para o consumo de produtos e alimentos veganos, ou seja, livres de qualquer ingrediente de origem animal.

Nesse caso, já sobe para 71% o número de pessoas pesquisadas dentro das classe C, D e E dispostas a consumir alimentos veganos desde que essa informação esteja indicada na embalagem. Esses dados desqualificam a afirmação que paira sobre o inconsciente coletivo de que ser vegetariano é caro. 

Não só não é caro, como tem se mostrado um segmento de mercado para se investir com grandes probabilidades de lucro. A Fazenda Futuro, primeira FoodTech Brasileira, avaliada em US$ 100 milhões, que o diga. Fundada em abril de 2019 por Alfredo Strechinsky e Marcos Letta – este último responsável também pela criação da marca Sucos do Bem – teve seu início em 2017 quando os sócios decidiram iniciar estudos sobre o mercado brasileiro de alimentos. Foi aí que perceberam a importância da carne para o nosso país: segundo a OCDE, em 2017 o Brasil era o 6º país no ranking mundial do consumo de carne. 

Marcos Letta, ainda, afirma que “Nós sabemos que grande parte do desmatamento na Amazônia e do cerrado vem da criação de bois e do espaço utilizado para desenvolver as rações para o gado”. De olho nessa questão, mas de forma mais comercial, a Fazenda Futuro não entrou no mercado vegano, e sim no mercado de carnes. Seu produto tem gosto, aroma e textura iguais (segundo a própria empresa) a carnes vindas dos animais. Criou-se, assim, um produto que atende os dois públicos e minimiza as questões ambientais envolvidas.

A urgência e o crescimento comprovado de pessoas que optam por não ingerir carne animal em suas dietas vai muito além de um estilo de vida, está diretamente relacionada à um dos bens mais preciosos e escassos que afetam a sobrevivência dos humanos: a água e consequentemente à sustentabilidade e cadeia de produção. 

Confira nessa lista simples o quanto é consumido de água para produção de itens básicos como:

A longo prazo, o consumo desenfreado de animais, tende a colapsar nossas fontes naturais. Porém, a boa notícia é que existe um grande espaço para inovação ao criar produtos ou serviços que solucionem esse problema.

Uma forma de pensar novos produtos e serviços é se perguntar:

Como minha empresa pode criar projetos ou produtos que ajudem a solucionar esse problema da água e atenda a esse público crescente?

As respostas para essa pergunta podem ser simples, ou podem precisar de mais dados. Para isso, conte com a gente. 

Foto capa: Google Imagens

Editada por: Xtrategy4