O que é e como se constrói um Planejamento Estratégico Empresarial?

por
Letícia Dal Corso

Após a segunda guerra mundial, em meados dos anos 50 e 60, o mundo enfrentava grandes transições. O sentimento de esperança e otimismo tomaram conta das pessoas e causaram prosperidade econômica. Inúmeros avanços tecnológicos, comunicacionais e científicos aconteceram, e foi a partir disso que as organizações começaram a enfrentar novos desafios ambientais e mudanças sociais. 

O planejamento estratégico nasceu justamente nessa época, como uma resposta das companhias às tantas mudanças comportamentais. Por mais que ao longo dessas décadas a metodologia tenha sofrido evoluções, sua essência ainda permanece: analisar o macro e o microambiente, e encontrar subsídios para o desenvolvimento e implementação do seu processo, visando, principalmente, o sucesso. 

Mas afinal de contas, como acontece?

A primeira etapa, como citada anteriormente, é a análise ou diagnóstico dos ambientes interno e externo.

Ambiente externo: tudo aquilo que influencia direta ou indiretamente a organização, como economia, política, tecnologia, cultura, entre outros; bem como os relacionamentos firmados, sejam eles com os clientes, consumidores, fornecedores, sindicatos, instituições, concorrentes, comunidade, etc.

Ambiente interno: refere-se à estrutura organizacional, produtos, serviços, recursos e público interno (colaboradores, diretoria e familiares). 

Dentre tantas ferramentas utilizadas, uma das mais conhecidas e aplicadas é a Matriz SWOT (ou FOFA em português), que visa avaliar os fatores competitivos de uma empresa. O termo vem do inglês e representa a inicial das palavras Streghts (forças), Weaknesses (fraquezas), Opportunities (oportunidades) e Threats (ameaças). 

As forças e fraquezas referem-se a fatores internos. Algumas reflexões-chave:

  • Quais são os pontos fortes da minha empresa? Em que me diferencio?
  • Em que preciso me aperfeiçoar mais? Onde estão minhas falhas e/ou gargalos?

Já as oportunidades e ameaças estão ligadas aos fatores externos, que não são possíveis controlar. Algumas reflexões-chave:

  • Quais problemas mercadológicos minha empresa resolve? Quais influências sociais e políticas podem ser favoráveis?
  • A pandemia afetou meu negócio em que sentido? Quais mudanças culturais podem causar impactos negativos para minha empresa?

Importante salientar aqui a importância da realização de pesquisas de mercado no levantamento de informações estratégicas para o negócio, sejam elas através de dados primários ou secundários. A escolha assertiva da metodologia de pesquisa é fundamental, uma vez que as etapas seguintes farão uso das informações aqui geradas. 

A segunda etapa do planejamento é o mapeamento de oportunidades. Ocorre aqui o cruzamento de todas as informações obtidas para o estabelecimento das diretrizes organizacionais, maneiras de diferenciação no mercado, políticas internas e determinação dos objetivos e metas. Para isso se utilizam ferramentas como Planilha de visão, Canvas do modelo de negócios, Gráfico de Cascata (Gantt), Poker Planning, entre outros e de acordo com o contexto e realidade de cada empresa.

Normalmente há dúvidas quanto a diferença entre objetivos e metas. Definir um objetivo é definir onde se quer chegar ou o que se quer alcançar como, por exemplo: ser autoridade no ambiente digital. A definição das metas diz respeito às etapas que precisarão ser vencidas para que os objetivos sejam alcançados. Para facilitar um pouco, lembre-se, elas precisam ser SMART. Trata-se de uma forma prática de definição de metas inteligentes. Segundo ela, uma meta deve ter cinco características fundamentais: ser específica (Specific), mensurável (Measurable), atingível (Attainable), relevante (Relevant) e temporal (Time based). 

Vamos exemplificar: 

  • Objetivo: ser autoridade em ambiente digital
  • Meta 1: produzir 3 conteúdos semanais para o blog; 
  • Meta 2: até agosto aumentar em 30% o número de seguidores; 
  • Meta 3: aumentar em 15% o engajamento nos posts até o final do mês.

Depois do mapeamento de oportunidades, chega a hora do plano de ação. Com o diagnóstico e a análise realizados, o posicionamento da empresa definido e os objetivos e metas especificados podemos começar a planejar as ações. Durante o processo é importante que se faça uso de ferramentas visuais para facilitar o gerenciamento das atividades. 

Gostamos muito de utilizar, principalmente duas metodologias: 5W2H e SCRUM

O 5W2H (acrônicos traduzidos do inglês, O que? Quem? Quando? Por quê? Onde? Quanto custa? Como?) consiste na organização e planejamento da tarefa.

  • O que? Produzir 3 conteúdos semanais para o blog.
  • Quem? Redator da empresa.
  • Quando? Toda segunda-feira. 
  • Onde? Home office. 
  • Por quê? Auxiliar no alcance do objetivo de ser autoridade em ambiente digital através de estratégias de inbound marketing.
  • Quanto custa? Tempo do colaborador. 
  • Como? Através de pesquisa de tendência em consumo de informações. 

Este é um exemplo simples que podemos incluir no nosso cotidiano para prever possíveis empecilhos e visualizar de forma clara e simples aquilo que planejamos e como se chega lá. 

A outra metodologia, que inclusive está em crescimento no mercado por ser flexível e rápida às mudanças do ambiente, é o SCRUM. Aqui, são organizadas todas as ações que devem estar prontas para a próxima SPRINT (período de 1 a 4 semanas). 

É perceptível que planejar é uma tarefa para a evolução em todos os âmbitos, sejam pessoais ou profissionais e existem inúmeras possibilidades. Aqui na Xtrategy, costumamos dizer que não há nenhuma fórmula pronta, atuamos conforme a necessidade do cliente e ao seu lado. 

Como já dizia Dárcio Crespi, não basta apenas planejar. A melhor estratégia é aquela colocada em prática. É preciso comunicar, identificar pontos de ruptura, reconhecer e reforçar o trabalho dos implementadores, construir consenso e criar mecanismos para capturar o conhecimento emanado no processo em si.